Mensalão I
É incrível as
coisas que vemos acontecer na nossa Suprema Corte. No início do julgamento
visto por muitos como o maior julgamento que o STF já enfrentou, o Advogado
Márcio Thomaz Bastos levantou uma questão de ordem, sobre a competência do
Supremo Tribunal Federal. A questão é bem simples pois apenas 03 dos 38 réus
possuem a prerrogativa de foro para serem julgados naquele Tribunal, entretanto
tal matéria já havia há muitos sido decidida pelo não desmembramento.
Nessa linha, o
Ministro Relator, Joaquim Barbosa, rejeitou a questão de ordem, tal
supresa não foi quando o revisor, Ricardo Lewandoski acolheu. Barbosa
irritado: “Vossa Excelência é
revisor dessa ação há dois anos. Por que não trouxe essa questão nesses dois
anos”.
Após uma hora
e vinte minutos de leitura do seu voto, o Min. Lewandoski acolhe a tese
levantada por Thomaz Bastos, propondo o desmembramento do processo a fim de que
aqueles que não tenham prerrogativa de foro sejam julgados pelo juízes de
primeira instância.
Com toda a
razão, o Relator: "Eu propus o
desmembramento há 6 anos e fui voto vencido".
Ora, o
Eminente Min. Ricardo Lewandoski,em entrevista à Folha e ao UOL,
em dezembro do ano passado, reconheceu expressamente que o Tribunal já havia
decidido aquela questão:
"Alguns podem não ser punidos. Mas essa
foi uma opção que o Supremo Tribunal Federal fez de fazer com que todos os
réus fossem julgados no mesmo processo. Se apenas aqueles que tivessem mandato
no Congresso fossem julgados no STF, talvez esse problema da prescrição não
existiria por conta da tramitação mais célere"
O fato é que
não passou de mais uma manobra para adiar o julgamento, uma vez que tal matéria
já havia sido objeto de deliberação naquela Corte, manobra essa que foi
plenamente acolhida pelo Revisor, quantas outras iremos assistir?
(Entrevista disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/14729-ministro-diz-que-penas-do-mensalao-irao-prescrever.shtml)
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